quarta-feira, 6 de julho de 2011

Relatório do encontro do dia 02/07

Relatório do Encontro com os Jovens e com a Equipe de Apoio, realizado em 02 de julho de 2011, no Espaço do Centro Franciscano, localizado na Rua Riachuelo, 268,
Largo São Francisco, em São Paulo/SP
5º Encontro do Projeto de Formação Missionária para as Juventudes

         Reuniram-se no 5º Encontro do Projeto de Formação Missionária para as Juventudes, os seguintes participantes:

Equipe de Apoio: Vinicius; Fabrícia; Nilda; Padre Omir; Padre Ireneu; Irmã Ana Elídia; Maria José; José Manoel; e Haroldo.

Equipe de Jovens: André; Sérgio; Igor; Jeremias; e Ana Maria.

         Breve observação inicial: houve uma singela ambientação com uma pequena mesa central, na qual foram colocados símbolos de acolhimento, objetos e utensílios que invocaram algo como uma casa ou simplesmente a sensação de “estar entre amigos”.

         O encontro iniciou-se com a apresentação de duas novas participantes: a Maria José, que conheceu o projeto através da Irmã Ana Elídia, é aposentada e tem experiência no trabalho comunitário de paróquias; e a Ana Maria, que veio por intermédio do Irmão Ernesto (redentorista e integrante deste projeto) e é paroquiana da Paróquia Perpétuo Socorro. Ambas foram convidadas para conhecer e integrar o projeto.

         Finalizadas as apresentações, o Vinicius, como de costume, propôs um momento de espiritualidade a fim de que pudéssemos criar um clima místico para o início do encontro. Assim, fez a leitura de uma reflexão sobre Betânia, local onde Jesus se hospedava com freqüência. Tal reflexão faz uma relação entre o que significava Betânia para Ele e como podemos reproduzir “Betânias” nos dias atuais, em nossos grupos. Neste sentido, a pessoa, especialmente os jovens, precisa encontrar a sua Betânia.

         Em ato contínuo, o André leu em voz alta um trecho do Novo Testamento: João 1; 24 a 28, que trata da passagem em que João Batista prepara os caminhos do Senhor. Tais versículos foram correlacionados pelo Vinicius com a leitura acima, no sentido de que “Preparar o caminho para o Senhor, no nível pessoal, é perceber como todo esse caminho de construção de si mesmo/a cria terreno fértil para que Deus semeie e colha bons frutos. Betânia é o lugar da acolhida, da escuta e da fala, da amizade e do cuidado, das perguntas e das respostas.”
         Diante de tais leituras, assistindo a um vídeo musical sereno e profundo, que foi apresentado no data show (http://www.youtube.com/watch?v=I3B--wPxbCc ), procuramos fazer uma introspecção individual, como se estivéssemos em Betânia (ou na “nossa” Betânia), e refletimos sobre a seguinte questão: Será que este grupo está se tornando ou mesmo pode vir a se tornar uma Betânia para nós ?

         Em seguida, alguns participantes se manifestaram partilhando suas emoções e reflexões a respeito:

         Padre Omir: Cristo expressa aquilo que Ele tem de mais humano em Betânia. Betânia acontece em nossas vidas de acordo com os sentimentos que vão se desenvolvendo e conforme a confiança e a amizade que vão tomando conta de nós.

         Igor: Cristo passava para os outros o que Ele tinha, dizendo que quando Ele se fosse, aqueles que o acompanhavam deveriam continuar.

         Vinicius: Betânia também significa caminhar junto com o semelhante que lhe é próximo e caro, com aquele que cativa e se deixa cativar, que dá afeto e também o recebe.

Ana Elídia: Betânia é um lugar para “carregarmos as baterias”, sendo que precisamos de tempo para “chegar lá”, para conseguirmos que Betânia aconteça em nossas relações.

         Na segunda parte do encontro, lemos e discutimos as respostas às questões propostas no encontro anterior, respostas essas que foram trazidas pelo Sérgio e por alguns outros participantes. Os demais participantes (sobretudo os jovens) que não estiveram no encontro anterior e compareceram neste, também puderam respondê-las. Além disso, o André abriu um plenário a fim de que todos pudessem externar suas reflexões e opiniões a respeito. Assim como no encontro anterior, esclareceu ele que não importava a ordem das perguntas e nem mesmo que elas fossem respondidas objetivamente e diretamente, pois tratava-se de um momento de partilha e discussão sobre o que cada um pensava como um todo:

Questões:

1. O que é ser um jovem missionário ?

2. O que é necessário fazer para se tornar um jovem missionário ?

3. O que o jovem busca nos dias de hoje ?

4. O que o jovem busca na religião e no meio religioso ?

5. O que é ser jovem hoje ?

         Manifestações dos presentes (na ordem concatenada em que ocorreram durante o encontro):

         Igor: Ser missionário é falar do Reino de Deus, mas não apresentar uma bíblia e dizer: “toma, leia isso aqui e faça assim”. Deve-se evangelizar através de uma linguagem simples, pois hoje em dia “você joga algo para o jovem, uma pergunta, e ele responde rápido. Tem que saber responder rápido ao dialogar com os jovens. O Jovem assiste uma pregação longa e consegue resumir, passando-a para outros jovens numa linguagem mais simples e resumida.” O jovem busca o seu lugar: “Hoje, parece que não temos um lugar !. O jovem não quer ser uma “mão-de-obra”dentro da Igreja, mas quer ser alguém, ter seu espaço.” “O jovem busca a Igreja como busca um porto seguro”. “Ser jovem não é ser jogado no mundo, é querer ser acolhido. Se o jovem gostar daquilo que lhe oferecem e for acolhido, voltará. Se não for assim, desistirá.” “As pregações não precisam ser perfeitas, mas têm que chamar a atenção do jovem”. O Igor ainda mencionou uma canção denominada “Viemos para incomodar”, em referência aos jovens.

         André: “A Igreja tem medo do novo. Mas se ela não trabalhar com os jovens, não haverá amanhã.

         Nilda: Também destacou a problemática do jovem como mero executor de tarefas. Trouxe ainda a questão do “conflito” da tradição com o imediatismo.

         André: O jovem quer espaço e escuta.

         Padre Omir: Trouxe e questão do “conflito” que algumas pessoas (inclusive jovens) entendem que existe entre o novo e a tradição. Neste sentido, não devemos cortar pontos da tradição e do novo para juntar as duas coisas, mas sim SOMAR os pontos em comum.

         José Manoel: Explicou a intergeracionalidade, que é a inter relação entre as diversas gerações de pessoas. Acrescentou ainda que cada um parte da sua vida, do seu relacionamento, para se relacionar com o outro. Com relação ao que o Padre Omir trouxe, o José Manoel asseverou que é preciso enxergar na tradição um elemento provocador de mudança, quando confrontada com o que há de novo.

         Nilda: Retomou a palavra dizendo que, através das questões que levou para os jovens, obteve algumas das seguintes respostas: os jovens buscam afetividade, responsabilidade, amor, trabalho. Também houve aqueles que responderam o seguinte: buscamos sexo, drogas, música, divertimento, computação – esses últimos foram a maior parte dos jovens por ela ouvidos.

         Ana Maria: “O jovem busca acolhida, devendo estar disposto a colher e ser acolhido”. “Se não acolher, o jovem não volta”. “A acolhida é um tema sobre o qual todos falam quando se trata de jovens. Muitos estão demasiadamente ligados à tecnologia. “Devemos mostrar para os jovens que não é só isso que existe !”

         Manoel: O jovem se manifesta da seguinte forma: “Penso diferente; trago uma idéia nova; quero ser acolhido; e muitas vezes não sou, justamente por esse motivo” (por pensar diferente e trazer uma idéia nova).

         Padre Omir: Falou um pouco sobre o conceito de tradição, sendo que não significa somente o que é antigo na Igreja, mas também o que é novo, que vai se incorporando na tradição.

         Nilda: Disse que é necessário um diálogo para saber como o jovem está vendo isso (a questão da tradição, colocada pelo Padre Omir) e se tem seu espaço participativo para oferecer o que é novo.

         Ana Elídia: Pensando na formação missionária, temos que entender que a vida é e precisa ser dinâmica. Há coisas, padrões e comportamentos que são “engessados”, mas que são humanos, como verdadeiros “caprichos”de algumas pessoas e grupos que querem as coisas do seu jeito, mas não necessariamente devem ser seguidos e mantidos. A questão das relações humanas, portanto, ganha força quando tratamos disso. Trata-se do “jogo de cintura”, do como lidar com isso...

Jeremias: O jovem busca orientação. “Às vezes, vai na Igreja porque alguns amigos também vão, e não por alguma convicção ou mesmo vontade de estar lá e conhecer a Deus.” O jovem gosta de criatividade, mas na Igreja há muitas regras desnecessárias. Muito do que o jovem propões, a Igreja diz que não é possível. O Igreja deve servir !

         Padre Ireneu: O jovem não gosta muito de regras. Porém, para vivermos neste mundo, temos que obedecer regras. - Nos grupos de jovens, há sempre alguém que se destaca mais. Isto tem seu lado negativo, pois esse “alguém” às vezes atrai para si aqueles que gostam mais de suas opiniões, idéias, propostas e regras para seguir. Ai, há o perigo de prevalecerem as idéias deste “alguém” sem que os outros tenham voz.
         Igor: Devemos ter muito cuidado ao criticar o jovem.

         Padre Omir: Tradição é o ensinamento da Igreja, sendo que há coisas negociáveis e outras que não são (falando sobre as regras). Ademais, precisamos aprender a conhecer bem as coisas antes de querermos mudá-las. De outro lado, queremos pessoas com abertura para o novo.

         Ana Elídia: “As relações humanas são as fontes da maioria dos nossos problemas.” “Ser missionário é ser capaz de se relacionar com todo o tipo de gente. É trabalhar conflitos.”

         Padre Omir: Voltando à questão do acolhimento, disse que este envolve, compromete, aproxima – questão da comunicação. Ai, o jovem consegue espaço. Então, o espaço não é dado, mas conquistado.

         Nilda: O jovem deve se sentir envolvido na Igreja, e não só no grupo de jovens.

         Padre Ireneu: Devemos trabalhar também a questão dos conflitos.

         Maria José: “A Igreja deve abrir espaços para os jovens”.

         Fabrícia: “A comunicação oral conta 30 % nas relações, sendo que a comunicação corporal conta 70 %.” Além disso, disse ainda que “há jovens que não têm tanta agilidade e tanta pressa diante das exigências e emergências do mundo lhes é apresentado, sentindo-se perdidos e acuados diante delas e de outras pessoas (inclusive jovens) mais apressados !” Disse mais: “Devemos, antes de tudo, ter o foco em Jesus, pois é para Ele que fazemos, que vamos à Igreja e que nos relacionamos.”

Síntese das respostas que o Sérgio trouxe para nós:

1. O que é ser um jovem missionário ?

- Passar a palavra de Deus.
- Procurar sempre ajudar o próximo da maneira que puder.
- Transmitir amor e fé, sem pensar em receber algo em troca, de coração limpo.
- Ter responsabilidades e deveres para com o próximo.

2. O que é necessário fazer para se tornar um jovem missionário ?

- Levar o que sabe para outras pessoas, não necessariamente falando de Deus, lendo a bíblia ou coisas do tipo, mas agindo de acordo com os princípios Dele, mostrando para as pessoas como é bom ser como Ele foi.
- O jvem missionário tem que acreditar e ter fé na Palavra que leva.

3. O que o jovem busca nos dias de hoje ?

- Buscam estabilidade e preparação para o futuro.
- Liberdade, serem acolhidos, serem orientados.
- Terem segurança financeira.
- Serem felizes, não importa como, muitas vezes por caminhos errados.
- Dinheiro, drogas.
- Identidade, espaço, maneiras para expressar suas idéias e pensamentos.


4. O que o jovem busca na religião e no meio religioso ?

- Deus, amor, objetivos de vida, respostas, fé, compaixão, orientação, melhorar como pessoa.
- Estar com seus irmãos em comunhão e buscar algo em comum.
- Transformação, tornar-se alguém melhor.

5. O que é ser jovem hoje ?

- Ter responsabilidades e deveres para com o próximo.
- Mudar o mundo para termos um futuro melhor.
- É uma etapa em que você deve crescer muito.
- Aproveitar ao máximo o que a vida lhe oferece, sem que faça mal a você.
- É difícil !

         Ao final da partilha, foi exibido o vídeo denominado “Uma das maiores histórias (emocionante)”, que trata do valor da amizade e do acolhimento (link na internet: http://www.youtube.com/watch?v=MGdopMbjNv8 ).

         Após o vídeo, foi colocada para os presentes, sobretudo aos jovens, a seguinte questão (cujas respostas deverão ser trazidas para o próximo encontro: A partir dessas reflexões e dessas respostas, que conteúdos vocês imaginam e desejam que deve ter o curso ?”

         O próximo encontro ficou marcado para o dia 13/08; às 14:00 horas, em local a ser definido posteriormente.

         O encontro foi encerrado com a “Oração do Jovem Protagonista” e com uma confraternização com alguns comes e bebes.

Que a Paz do Senhor esteja sempre com todos vocês !


São Paulo, 05 de julho de 2011.


(Vinicius secretariou).

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