Estiveram reunidos no 4º Encontro do Projeto de Formação Missionária para as Juventudes os seguintes participantes:
Equipe de Apoio: Vinicius; Fabrícia; Irmã Luzia; Irmã Juliana; e Nilda.
Nova participante/visitante: Júlia.
Equipe de Jovens: André; Sérgio; e Weder.
O encontro teve início com a breve apresentação da Júlia, uma missionária alemã que está no Brasil há nove meses e foi convidada pela Nilda para participar do encontro e conhecer o projeto.
Em seguida, O Vinicius propôs um momento de espiritualidade a fim de que pudéssemos criar um clima místico para o início do encontro. Para isso, o André leu para todos um trecho da Palavra de Deus: Jeremias 1; 5-10. Esta passagem bíblica trata do chamado do profeta, gerado e escolhido por Deus para profetizar ao seu povo. Diante dela, ouvindo uma música instrumental tranquila e reconfortante, refletimos sobre o nosso chamado como missionários e partilhamos brevemente o que sentimos e como fomos tocados durante este momento.
Após a mística inicial, o Vinicius distribuiu a todos os presentes algumas folhas contendo questões sobre o que é ser jovem hoje e o que é ser missionário, a fim de que lessem e refletissem atentamente. As questões foram as seguintes:
1. O que é ser um jovem missionário ?
2. O que é necessário fazer para se tornar um jovem missionário ?
3. O que o jovem busca nos dias de hoje ?
4. O que o jovem busca na religião e no meio religioso ?
5. O que é ser jovem hoje ?
Em seguida, o André abriu um plenário a fim de que todos, mas especialmente os jovens presentes, pudessem externar suas reflexões, opiniões e respostas às questões acima. Esclareceu ele que não importava a ordem das perguntas e nem mesmo que elas fossem respondidas objetivamente e diretamente, pois tratava-se de um momento de partilha e discussão sobre o que cada um pensava como um todo e sobre o que outros jovens poderiam pensar e responder a respeito de tais temas:
Com relação à primeira questão, o Weder partilhou que o jovem missionário é aquele que acompanha; que está no apoio. O ser missionário também significa ter ousadia para atuar na sociedade e também que o jovem em processo constante, o que, por outro lado, dificulta a sua entrada na Igreja, que muitas vezes está estagnada.
Para ele, há ainda o desafio de entrar em comunidades já formadas dentro das paróquias.
O Sérgio, por sua vez, disse que “o jovem missionário vê além do seu campo de visão”. Não gosta das coisas do jeito que estão.
A Irmã Juliana asseverou que a missionariedade do jovem deve ser algo dinâmico; sempre tem de haver algo novo.
A Nilda chamou atenção para duas situações distintas que devem ser observadas: a) o jovem missionário; e b) o jovem fora do contexto religioso. Segundo ela, o jovem missionário é aquele que sai do seu espaço e se lança ! Com relação à terceira questão (o que o jovem busca), disse ela que, a seu ver, ainda é uma incógnita.
Segundo a Irmã Luzia, ser um jovem missionário é um desafio e significa “disponibilidade”.
A Fabrícia colocou um interessante aspecto: “a inquietação do jovem também pode ser prejudicial”. Isso quer dizer que, diante da correria de hoje em dia, parece que tudo fica nebuloso, gerando uma inquietação maléfica. Para ela, os jovens precisam de uma missão, um foco, a fim de que possam dizer: “agora, estou “aqui”; mas chegarei “lá” no futuro.”
Quanto ao que o jovem busca nos dias de hoje, os participantes (sobretudo os jovens) trouxeram algumas reflexões que podem ser sintetizadas nas seguintes palavras: certezas; estabilidade; segurança; apoio.
Neste sentido, o Sérgio se manifestou: “Busco certezas nos dias de hoje. Em razão de tanta tecnologia e de tanta informação, eu busco um rumo para minha vida: que caminhos seguir; que faculdade cursar; que profissão escolher; etc... Para isso, tenho que enxergar além do meu campo de visão. Preciso buscar o que eu quero e o porquê de eu estar aqui!”
Ainda no que se refere à terceira questão, a Júlia relatou que estava buscando muitas respostas e também segurança.
A Fabrícia trouxe a seguinte reflexão: “Buscamos a segurança dentro de um mundo inseguro.”
Considerando a busca do jovem, o Weder externou o seguinte aspecto, muito interessante: “A fugacidade e a comunicação em massa angustiam. Nós nos sentimos pequenos e até mesmo como crianças indefesas..” Citou também a questão da violência urbana. Mais adiante, questionou: “O que dá segurança hoje ?”
Continuando, o Weder relatou que busca traçar objetivos; que tem um sonho e que procura concretizá-lo com a ajuda das outras pessoas, pois não pode estar sozinho na caminhada.
O Sérgio e o Weder ainda acrescentaram que no mundo aparecem inúmeras possibilidades, que na realidade são falsas seguranças. A Nilda complementou: “Nós também temos muitas inseguranças; não são apenas os jovens”.
Quanto à segurança profissional, o Sérgio trouxe o testemunho do próprio pai, um metalúrgico, que já não é jovem, mas necessita renovar sua segurança e sua estabilidade profissional, precisando se atualizar no que tange às novas máquinas e equipamentos da indústria.
Refletindo sobre os campos profissional e educacional, o André externou que hoje as exigências são muito maiores. O ensino, em regra, se tornou um negócio e não uma finalidade em si, educacional. Muitos jovens não sabem o que querem: segundo a Nilda, isto ocorre porque o jovem é levado a focar-se no hoje, no imediatismo. Quanto ao imediatismo, a Fabrícia colocou a questão das drogas, trazendo a informação técnica de que, através de estudos feitos por psiquiatras, o usuário de drogas (dentre eles, muitos jovens) planeja sua vida para apenas nove dias adiante. Segundo a Nilda, eles só pensam no hoje.
No que se refere especificamente à quarta questão (o que o jovem busca na religião e no meio religioso), as reflexões giraram em torno das seguintes palavras: certezas; paz; objetivos; discernimento; felicidade; respostas. A esse respeito, o Vinicius relatou que o jovem busca apoio nas certezas que a religião deve (ou deveria) oferecer: firmes fundamentos e valores para a vida.
O Sérgio continuou refletindo sobre as necessidades dos jovens, inclusive dentro da religião: “O jovem necessita de um projeto de vida dentro da sua realidade, mesmo que mude o projeto durante o caminho”. Neste sentido, esclareceu a Nilda que nesse caminho devem ser trabalhados a solidariedade; o companheirismo; o sentido de coletividade.
Após o plenário, foi colocada para os presentes, sobretudo aos jovens, a seguinte proposta: olhando para a própria realidade, levem as questões recebidas para as comunidades em que vivem (paróquia, grupos de jovens, bairro, colégio, etc...) e questionem os jovens a respeito, trazendo as respostas para o próximo encontro, a ser realizado em julho. Também pedimos para que o Sérgio colocasse as questões (reelaboradas e em menor número, se for o caso) no blog e, juntamente com os outros jovens da equipe, divulgassem-nas para possibilitar respostas também por meio eletrônico.
O próximo encontro ficou marcado para o dia 02/07; às 14:00 horas, no Espaço do Centro Franciscano, localizado na Rua Riachuelo, 268, Largo São Francisco – metrô de acesso: Anhangabaú – lado da Rua Riachuelo e Sé – saída pela escadaria do lado esquerdo.
O encontro foi encerrado com a “Oração do Jovem Protagonista” e com uma confraternização com alguns comes e bebes.
Que a Paz do Senhor esteja sempre com todos vocês !
São Paulo, 05 de maio de 2011.
(Vinicius secretariou).